quarta-feira, 6 de abril de 2016

MOTORWEEKEND

Este fim de semana foi fantástico para os amantes de desporto motorizado. Com corridas nas mais variadas categorias, quer de quatro como de duas rodas. Eu acompanhei o máximo que pude, vi uma das corridas das Superbikes, vi a corrida de MotoGP, uma corrida de TCR, as duas do WTCC e a F1. Gostava de ter visto todas as corridas já que um fim de semana destes não acontece muitas vezes e porque "só mais uma" não faz mal :D Por vezes prefiro uma corrida qualquer que seja a categoria todas as semanas, do que ter 6 corridas num fim de semana e estar duas semanas sem desporto motorizado, mas quanto a isso não se pode fazer nada.
De todas elas há pontos positivos a retirar e pontos negativos, pelo menos do meu ponto de vista.

Superbikes 

A começar pelas Superbikes, fiquei muito surpreendido e vou começar a acompanhar o campeonato mais de perto, as motas são muito bonitas, muito rápidas, há grande diversidade de construtores, pareceu-me haver competição e os traçados não são sempre os do costume como acontece com a MotoGP. O ponto negativo vai para os pilotos, não pela qualidade deles, nem pelo prestigio de cada um, mas para a capacidade da organização de atrair talento, o campeonato de Superbikes é ainda visto como uma alternativa á MotoGP ou uma competição para se acabar a carreira e não como oportunidade, poderia sim ser uma alternativa ao sobre-lotado campeonato de Moto2 e Moto3. Sem ser os fãs motociclismo, poucas pessoas conhecem os pilotos que vigoram nesta classe, os mais conhecidos são o Nicky Hayden, De Angelis e o Guintoli e nenhum destes três esta em posição de lutar pelo titulo. Em primeiro lugar com 131 está o Jonathan Rea que começou no campeonato britânico de Superbikes, passou pelas Supersport e é agora o actual campeão em titulo do mundial de Superbikes com a Kawasaki. Em segundo lugar com 105 pontos vai o Chaz Davis que começou a carreira como muitos outros, através do campeonato 125cc, depois pelas 250cc e sem oportunidades na MotoGP, foi para os Estados Unidos, onde esteve entre 2006 a 2009 em competições da Associação Americana de Motociclismo, em 2011 venceu o Mundial de Supersport e esta actualmente no Mundial de Superbikes. E por fim, Tom Sykes com 102 pontos, ele competiu no campeonato britânico de Supersport e Superbikes entre 2004 até 2008, esta no mundial de Superbikes desde 2009 e foi campeão em 2013 pela Kawasaki. Estes são os concorrentes ao titulo e podem não ser muito conhecidos, mas qualidade não lhe faltam, no entanto continuo a achar que ainda falta o ingrediente secreto para que as Superbikes se transformem num campeonato de topo.

MotoGP


Por incompatibilidade de horários e porque o tempo não da para tudo não consegui ver a corrida de Moto3 nem a de Moto2, pelo que vi em noticias e pelo twiter a corrida foi renhida como de costume até que um tal de Pawi, deu mais de 20 segundo para o segundo classificado e venceu, a minha primeira reacção foi "quem é este miúdo? é a incarnação de que piloto?". Ainda não vi nenhum resumo nem vídeo, mas pelo que sei ele venceu a segunda corrida em que participou e passa para o grupo restrito ou quem sabe, único de vencer 50% das provas em que participou :D apesar de ser brincadeira é verdade, no entanto é preciso estar atento a este talento puro que já mostrou que é preciso contar com ele. O resto dos lugares anda tudo muito parecido, este ano eu estava certo que os potenciais concorrentes ao titulo seriam o Bastianini, o Antonelli, o Brad Binder ou o Quartararo, mas ainda é muito cedo para estar aqui a fazer previsões, mas os maus resultados agora no inicio podem ser prejudiciais no fim para a luta pelo titulo. A corrida de Moto2, vi as ultimas voltas e ainda não tenho uma opinião formada sobre os concorrentes e sobre esta categoria, vi um Zarco de novo a vencer e a reforçar a minha opinião sobre esta categoria, que é a sobrelotação e vi uma Leopard muito aquém das minhas expectativas.
Agora sim, MotoGP, como sempre adorei a corrida, muita animação até a ultima volta, mas tenho de manifestar o meu desagrado com a falta de oportunidades neste campeonato, eu entendo que sejam os grandes nomes e o talento destes mesmos génios que fazem com que este seja um dos melhores campeonatos do mundo, (pode parecer estranho eu estar a queixar-me de uma coisa que digo que faz falta ás Superbikes, mas acompanhem o raciocínio :D ) eu entendo que os fãs adorem a continuidade dos pilotos, adorem a consistência da competição e a imprevisibilidade. Também entendo que com a crise mundial que apesar de estar a recuperar ainda é grave, todos os desportos motorizados sentem e os de grande nível ainda mais e por isso a falta de mais construtores. Mas eu acho inadmissível a situação que existe hoje na MotoGP no que toca aos lugares disponíveis. A MotoGP esta a fazer 25 anos e esta talvez numa das suas melhores épocas na historia da sua existência com as motas mais evoluídas e mais rápidas de sempre. Penso que seria a altura ideal para começar a corrigir esta situação. Eu comecei a acompanhar a par e passo a Moto2 acerca de 3 anos, vi o Tito Rabat ser campeão e sem lugar na classe superior, teve de penar um ano para conseguir um favor para estar presente na grelha este ano, o Zarco vai acontecer o mesmo, eu sei e os pilotos também sabem que bons resultados ou até mesmo o titulo não garantem um lugar na classe rainha, e ai é que esta o erro, pelo menos o campeão e o vice campeão deviam de receber a hipótese de testar se não com equipas oficiais, pelo menos com equipas satélite, ou até integrar uma equipa satélite, esta medida iria dar uma motivação extra não só aos que estão a competir pelo titulo de Moto2, como também aos que estão acomodados na MotoGP, e por falar nisso, estes são alguns dos quais.
Hector Barbera: com 29 anos, tem 10 vitorias e todas elas em 125cc ou 250cc, está na MotoGP desde 2010 e nunca alcançou na geral, melhor que 11º. O seu melhor resultado nos últimos 6 anos foi um quinto lugar na Austrália em 2014 com a Avintia Ducati.
Alvaro Bautista: Eu vou ser sincero, o Alvaro foi um dos meus pilotos favoritos entre 2012 e 2013 quando estava com a Gresini, o seu estilo de condução agressivo deixou-me fascinado, no entanto o ano de 2014 foi o pior dos três anos com a Honda e o ano passado teve a pior época da sua carreira onde pontuou apenas 31 pontos, apenas comparável á sua época de rookie em 125cc, eu compreendo que eles esteja a desenvolver uma mota nova com a Aprilia e que a experiência dele pode ser importante, mas os resultados obtidos durante toda a época passada não são admissíveis, a Aprilia é uma marca com muita experiência tendo já sido campeã nas Superbike e nas classes inferiores na MotoGP.
Cal Crutchlow: tem 30 anos, foi campeão britânico e mundial de supersport em 2006 e 2009 respectivamente. Entrou na classe rainha em 2011, consegui 8 pódios e um 5º lugar á geral em 2013 com a Tech3, mas a sua inconsistência faz com os bons resultados não tenham grande valor. Em 2013 conseguiu o 3º lugar em Aragon com a Ducati, nas três corridas seguintes, Japão, Austrália e Malásia, não marcou um único ponto, tendo desistido em todas elas. Nesse mesmo ano registou um dos piores registos para a Ducati, 13º á geral com 74 pts. Esta inconsistência mantêm-se, ultimamente, sempre que aparece em destaque na transmissão em direito é porque caiu.
Jack Miller: é o mais novo dos referenciados, e também o mais inexperiente, no entanto a idade não é restrição, prova disso são os pilotos da mesma "fornada" aqui do nosso amigo Miller, tanto o Rins, como o Maverick são candidatos a substituir o Lorenzo na Yamaha, estes sim têm provas dadas do talento e maturidade. O Miller salta da Moto3 para a MotoGP sem saber muito bem como, foi um tiro no escuro de alguem, e que esta prestes a correr mal. Se qualquer um pode saltar da categoria inicial para a principal sem contrapartidas, ponham o Pawi numa Yamaha ao lado do Rossi ja hoje! 20 segundos de diferença para o perseguidor! Brincadeira á parte, a verdade é que o Australiano não tem o que é preciso, 2011 e 2012 sem resultado algum, em 2013 ficou em sétimo na classificação geral com uma consistência razoável, e no ano em que salta para a Red Bull para lutar pelo titulo, consistência zero! e perde o titulo para o maninho do Marquez por culpa própria. Este fim de semana fez o quarto tempo nos treinos livres, na corrida faz um excelente arranque, ultrapassou o lorenzo para a 7/6 posição e na segunda volta caiu, durante uma entrevista depois da corrida, disse á imprensa que ficou muito confiante... gri gri (cricket noise)
Aleix Espargaro: desde 2004 até hoje, não tem uma única vitoria, nem em 125cc, nem 250cc ou Moto2, ja nem falo em MotoGP, em 2014 obteve o melhor resultado da sua carreira ao conseguir um 2º lugar em Aragon com a Forward Yamaha e ao que parece foi o suficiente foi o suficiente para conseguir um lugar na Suzuki, já que não geral não foi alem de 7º. O que eu verifico é que maior parte deste pilotos espanhóis vencem um campeonato regional ou nacional la em Terremolinos ou coisa parecida em de 125cc ou 250cc e é o suficiente para terem patrocínios para uns 10 anos.
Yonny Hernandez: eu não desgosto do Yonny mas os resultados dele não são grande coisa e consistência é uma coisa que não lhe assiste e com 27 e sem uma única vitoria no seu currículo, o seu lugar devia estar mais do que em risco. Em seis anos de motociclismo profissional os melhores resultados foram dois sextos lugares na Moto2 em 2011, na Alemanha e em Valência e ainda assim ficou em 19º á geral nessa temporada, na MotoGP o seu melhor resultado foi um sétimo lugar em 2014.
E por ultimo, Loris Baz, competiu em Superbikes e Supersport e Superstock onde foi campeão em 2008, mas caiu na MotoGP numa equipa que não tinha capacidade para lutar por coisa nenhuma e que acabou por sair do campeonato. Baz não demonstra o porque de ter sido chamado a esta classe e o pior de tudo é que os seus resultados têm sido piores em relação ao seu colega de equipa, Hector Barbera.
Dizem que a F1 tem uma coisa ou outra a aprender com a MotoGP, mas uma coisa é certa, na F1 quem erra constantemente ou quem não esta a altura da competição, sai fora! Devia ser isso que devia acontecer.
Ah, e outra coisa, a possibilidade de uma equipa inscrever apenas uma mota é ridícula, mas qual é a ideia?
Ou inscreviam duas equipas ou então não deviam pontuar para o campeonato!

TCR


Este campeonato parece-me interessante, mas ainda só vi uma corrida é não me pareceu que houvesse muito talento na grelha de partida, alguns deles já são conhecidos por participações no Mundial de Turismos ou seja, esta competição é para os que não têm lugar no WTCC. No entanto parece-me uma excelente rampa de lançamento, não para os pilotos, mas sim para os construtores que estiverem interessados em entrar no WTCC. Não sei até que ponto os regulamentos e regras podem ser semelhantes, mas lá no fundo eu acho que a Seat anda a preparar alguma com estes novos Seat Leon, eles estão em varias classes de Turismos e têm tido bons resultados. Em vez de se atirarem de cabeça para a WTCC e andarem nos últimos lugares na primeira temporada, estão a preparar uma base solida de trabalho para chegar e brilhar, talvez estejam á espera do fim do ano para a saída da Citroen. Mas isto é apenas a minha opinião. Este ano estão presentes varias marcas e tal como eu já disse em relação aos outros tópicos acima, é bom que haja concorrência e variedade de competidores. Fala-se na entrada da Opel com o Astra, da Peugeot com o 308, mas pelo que sei ainda só foram realizados testes.

WTCC

Eu confesso que antes da corrida estava reticente ao que iria acontecer este ano em termos de competitividade, mas a verdade é que as duas primeiras duas corridas deste ano foram as melhores dos últimos 3 ou 4 anos, muitas lutas por posições, muitas ultrapassagens, mas melhor do que tudo isso é o facto do José Maria Lopez vai ser apanhado aos poucos, tenho a certeza que vai ser este ano que toda a gente vai perceber que ele não é assim tão bom como toda a gente pensa. O ano passado precisamente em Paul Ricard ele atirou o Tiago Monteiro para fora de prova e mostrou todo o seu NÃO carácter. Este ano o Tiago podia ter feito o mesmo e ter vencido a corrida, mas preferiu não o fazer. O toque que deu no Muller foi limpo, fez a manobra e ultrapassou tal como tinha feito ao Valente na corrida anterior, mas o Muller não lhe deu a linha e forçou o toque, e perdeu dois lugares de uma assentada.
Espero mesmo que a forma da Honda se mantenha e que a Citroen não esteja nem perto de dominar o que quer que seja. Espero também que o Tiago continue com a boa forma e que não seja atraiçoado nem pelos companheiros de equipa nem pela própria Honda. O ponto negativo vai para a Volvo que não mostrou o que podia valer, nem esteve á altura dos carros do ano passado, é certo que houve algum azar á mistura, mas mesmo assim...
F1



Desde que a Formula Um passou para a Eurosport faço os possíveis para ver tudo, treinos livres 1,2 e 3, a qualificação e a grande atracão, a corrida. A primeira na Austrália ficou marcada pelo arranque estonteante do Vettel e a maneira como a Ferrari perdeu a corrida. Sim porque foi a Ferrari que perdeu a corrida e não a Mercedes que a ganhou. Sinal positivo para Haas que pontuou na estreia, para uma melhora de desempenho dos McLaren que me deixa muito satisfeito, o regresso da Renault á F1 com aquela decoração lindíssima e por ultimo o arranque fenomenal do Pascal Wehrlein que chegou a andar em 13º. Pontos negativos para Kvyat que nem sequer arrancou, e que ao fim de duas corridas já se fala que poderá estar de saída no fim do ano. Pontos negativos para a Force India e para a Sauber que ficaram aquém do que se esperava depois dos resultados obtidos o ano passado, e por ultimo a qualificação que teve um Q1 animado, um Q2 mais ou menos e um Q3 aborrecido. A primeira corrida ficou marcada pelo acidente mais grave da temporada, pelo menos é isso que espera, que envolveu Alonso e Gutierrez. O carro do espanhol capotou ao entrar na gravilha e ficou completamente destruído, muito felizmente o Fernando não teve nenhuma ferimento, apenas mazelas menores.

A segunda corrida aconteceu este fim de semana no Bahrain e foi completamente diferente da primeira, Vettel queria tanto fazer um bom arranque que nem sequer arrancou e desistiu na volta de formação. No entanto o arranque ficou marcado pelos rockets que foram a Williams e chegaram a 2º e 3º lugares, á primeira curva Rosberg liderava, Massa era segundo, e Bottas terceiro depois de abalroar o Hamilton, ainda não percebi como é que o Mercedes aguentou a pancada, mas o carro chegou ao fim, com sorte á mistura ou não o carro esteve incrível e o Lewis fez o melhor que podia depois de ter caído ao 8º lugar. De louvar ainda o facto da Haas ter pontuado novamente, o excelente resultado do Vandoorne que substituiu o Alonso que foi reavaliado depois do acidente em Melbourne e foi aconselhado a não correr. Apesar de nunca ter corrido na F1, alcançou o primeiro ponto da McLaren este ano e o primeiro ponto da sua carreira logo na corrida de estreia, o miúdo tem talento, isso ninguém nega, mas o que eu notei e que mais me surpreende é o seu estilo de condução, muito calmo e suave e ao mesmo tempo muito rápido, gostei muito de o ver este fim de semana. E por ultimo um óptimo resultado para Pascal Wehrlein que acabou a corrida em 13º, á frente dos Force India e da Sauber, e já no fim da corrida teve uma luta muito boa com Ericsson que também esta a mostrar a sua categoria.
Pontos negativos para a Williams que perdeu o segundo e terceiro lugar depois num dos melhores arranques desde que têm motores Mercedes, uma estratégia completamente horrível e ao lado de qualquer objectivo possível. Chamar o Bottas á boxe antes da penalização ser conhecida foi estúpido e irresponsável, fez com que perdesse mais de 40 segundos. Negativamente esteve também a Force India, que estão a atravessar um dos piores momentos desde que estão na F1.

Ta tudo.

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